sábado, 20 de fevereiro de 2010

Relatório de Estágio


Empresa: INTERAGUA

Data: 10/02/2010


Visita à estação de tratamento de águas residuais doméstica em Serpins- Coimbra
Sistema de tratamento: MBBR - Moving bed biofilm reactor


Constituição do sistema:
1.
Obra de entrada compacta (pré-tratamentos)

· Tamizador 2mm com um parafuso sem fim que evacua os materias grossos para fora num contentor

· Desarenor de fundo e classificador de areia

· Raspador dos flotantes

2. Sonda de medição do caudal

3. Tanque equalizador do caudar, que também tem a função da desnitrificação e de manter o sistema em suspensação, através de um misturador.

· 2 bombas de alimentação ao tanque biológico

· Passividade de receber lama recirculada caso houver excessos

4. Tanque biológico (oxidação)

O tratamento biológico é realizado num sistema de leito fluidizado cujo meio de enchimento são pequenas estruturas em pvc - FXSINO, sobre o qual fixam e desenvolvem os microorganismos. A estrutura da ETAR foi concedida de forma a ocupar o mínimo de espaço possível, por isso o aproveitamento da grande área superficial do meio de enchimento, que economiza o espaço e é de uma eficiência maior por unidade de área.

· Difusores

· Sonda de oxigénio

A comunicação ao decantador secundário dá-se através de uma caixa filtradora, que impossibilita a passagem do material de enchimento, e a saída da água desse reactor é feita através de um tubo.

5. Decantador

· Bomba de descarga de água tratada que segue para o tratamento terciário

· Bomba de descarga de lamas encaminhada para o espessador de lamas

A entrada da água no decantador é feita num tubo central de forma que não afecte a decantação ora estabelizada.

O espessador de lamas (facilidade na recolha por camião) possibilidade de recircular a lama para o tanque de equalização)

6. Tratamento terciário por Filtro de bandas e radiação ultra-violeta

A água tratada da ETAR é reutilizada para o circuito interno da etar (lavagem das instalações e dos coonstituintes do tratamento).

A existência de um by-pass a cada orgão de tratamento, permitindo que haja sempre controle e segurança da ETAR e facilitando as obras amortização quando necessárias.

A imperceptibilidade da existência de maus odores e do funcionamento dos compressores e das bombas, aliado ao alto nível de remoção de poluentes, realçando uma qualidde visual muito agradável da água tratada,a conformidade legal do efluente e a preocupação com a segurança dos monitorizadores, faz com que os responsáveis da ETAR e os vizitantes no geral sitam satisfeitos por qualquer investimento feito.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Relatório de Estágio

Empresa: INTERAGUA

Data: 08/02/2010


Visita à estação de tratamento de águas residuais industriais de uma industria de produção de tinteiros em Leiria

Responsável pela obra:INTERAGUA


O estudo desta estação de tratamento traz o conhecimento do que é e dos constrangimentos a enfrentar no tratamento de águas industriais, nesse caso com uma baixa razão CBO/CQO. A empresa trabalha com a resina, e consome muito água no processo de produção, o que faz com que o caudal seja grande e que o CQO seja muito maior do que nas ETARs domésticas.
A ETAR foi dimensionada para um caudal máximo de 13,2 m3/dia com uma carga de CQO máxima de 140000mg/l. O efluente médio que recebe diariamente é de 10m3/dia com uma carga variada chegando a atingir valores da ordem de 150000mg/l de CQO.
Os valores paramétricos do efluente tratado encontram-se abaixo dos valores limites estabelecidos pela legislação, embora com a baixa temperatura do inverno, período onde começou o funcionamento da ETAR, o desenvolvimento das colónias dos microorganismos seja muito lenta, não permitindo que a totalidade do efluente da fábrica seja tratada na ETAR nesse momento, pensando na sobrevivência dos microrganismos do tratamento biológico, seguindo o que sobra para uma empresa de tratamento.


Tanque de Equalização

O tratamento do efluente inicia num tanque equalizador à entrada, não sendo desnecessário portas de entrada para pré-tratamentos, devido à homogeneidade do efluente.
No mesmo tanque é feito o controlo do pH com a adição de NaOH com critério de paragem 7,5, controlado por uma sonda.

Ao entrar na conduta de encaminhamento ao reactor fisico-químico, adiciona-se o floculante ao efluente que passa por uma bomba, o misturador estático, promovendo a mistura dos dois líquidos.

Decantador












A estrutura do decantador primário, permite que a entrada de água no tanque não afecte o processo que decorre.
A entrada dá-se por baixo, enquanto que a saída dá-se por cima mantendo o nível de líquido constante no decantador.

A saída das lamas dá-se a nível do fundo onde são recuperadas em sacos filtrantes, passando o escorrimento para o tanque físico-químico assim como o sobre-nadante do tanque.

Tratamento físico-químico

Devido a baixa concentração de
nutrientes neste tipo de afluentes, adiciona-se nutriente ao sistema, assim como água residual doméstica produzida na empresa.

O tanque físico-químico tem a capacidade de 2400m2, com uma altura de 7,5metros e 22 metros de diâmetro.
É constituído por um arejador de superfície, difusores de fundo alimentados por um compressor, uma sonda de oxigénio.
A grande dimensão do tanque de arejamento permite que o tempo de retenção seja grande, o que é imprescindível ao tratamento deste tipo de efluente.
O tratamento biológico realiza-se da melhor forma à uma temperatura de 26ºC sendo muito importante o contributo do funcionamento dos difusores na manutenção desse valor.
A entrada em funcionamento do arejador de superfície dá-se principalmente quando da necessidade de reduzir a temperatura do efluente.
Ambos têm a mesma potência da bomba, tendo os difusores maior rentabilidade na difusão do oxigénio, perdendo a eficiência só além dos 12 metros de água, o que não é possível por no caso pois a altura útil (efectiva) do tanque ronda os 6 metros.

O DAF
O DAF é um sistema de flotação por oxigénio dissolvido. Permite que o efluente tratado biologicamente seja separado mecanicamente através da injecção de ar e de floculante no água, e posteriormente levado para um reservatório. O reservatório é circular e a entrada de água dá-se por baixo.
O raspador de lamas, transportadas à superfície pelo ar, conduz essa lama para um corredor que vai dar ao receptor de lamas. A água tratada do processo sai através de um sistema de comportas comunicantes não permitindo que, de forma alguma, a passagem de lamas para a água tratada, que segue para uma lagoa onde será novamente utilizado nas actividades da ETAR. A lama segue para o aterro sanitário.

O funcionamento dos períodos de bombagem, de arranque dos difusores (compressores), de bombagem de nutrientes, de arranque do arejador e toda outra actividade na ETAR são controlados electronicamente, podendo também ser feito manualmente, usando um quadro electrónico.
A cada dia tenta-se aumentar a população microbiana existente no tanque biológico afim de existir maior resiliência do meio permitindo o aumento do caudal a tratar com cargas cada vez mais altas de CQO. Está-se a conseguir, de uma forma lenta. Essa situação será revertida com o aumento da temperatura ambiente.
Embora estando os valores paramétricos em conformidade com o que manda a lei, a INTERAGUA continua investindo no melhoramento da percentagem de remoção do CQO pois essas taxas encontram-se abaixo dos valores que a empresa consegue alcançar.