quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Relatório de Estágio

Empresa: INTERAGUA

Data: 08/02/2010


Visita à estação de tratamento de águas residuais industriais de uma industria de produção de tinteiros em Leiria

Responsável pela obra:INTERAGUA


O estudo desta estação de tratamento traz o conhecimento do que é e dos constrangimentos a enfrentar no tratamento de águas industriais, nesse caso com uma baixa razão CBO/CQO. A empresa trabalha com a resina, e consome muito água no processo de produção, o que faz com que o caudal seja grande e que o CQO seja muito maior do que nas ETARs domésticas.
A ETAR foi dimensionada para um caudal máximo de 13,2 m3/dia com uma carga de CQO máxima de 140000mg/l. O efluente médio que recebe diariamente é de 10m3/dia com uma carga variada chegando a atingir valores da ordem de 150000mg/l de CQO.
Os valores paramétricos do efluente tratado encontram-se abaixo dos valores limites estabelecidos pela legislação, embora com a baixa temperatura do inverno, período onde começou o funcionamento da ETAR, o desenvolvimento das colónias dos microorganismos seja muito lenta, não permitindo que a totalidade do efluente da fábrica seja tratada na ETAR nesse momento, pensando na sobrevivência dos microrganismos do tratamento biológico, seguindo o que sobra para uma empresa de tratamento.


Tanque de Equalização

O tratamento do efluente inicia num tanque equalizador à entrada, não sendo desnecessário portas de entrada para pré-tratamentos, devido à homogeneidade do efluente.
No mesmo tanque é feito o controlo do pH com a adição de NaOH com critério de paragem 7,5, controlado por uma sonda.

Ao entrar na conduta de encaminhamento ao reactor fisico-químico, adiciona-se o floculante ao efluente que passa por uma bomba, o misturador estático, promovendo a mistura dos dois líquidos.

Decantador












A estrutura do decantador primário, permite que a entrada de água no tanque não afecte o processo que decorre.
A entrada dá-se por baixo, enquanto que a saída dá-se por cima mantendo o nível de líquido constante no decantador.

A saída das lamas dá-se a nível do fundo onde são recuperadas em sacos filtrantes, passando o escorrimento para o tanque físico-químico assim como o sobre-nadante do tanque.

Tratamento físico-químico

Devido a baixa concentração de
nutrientes neste tipo de afluentes, adiciona-se nutriente ao sistema, assim como água residual doméstica produzida na empresa.

O tanque físico-químico tem a capacidade de 2400m2, com uma altura de 7,5metros e 22 metros de diâmetro.
É constituído por um arejador de superfície, difusores de fundo alimentados por um compressor, uma sonda de oxigénio.
A grande dimensão do tanque de arejamento permite que o tempo de retenção seja grande, o que é imprescindível ao tratamento deste tipo de efluente.
O tratamento biológico realiza-se da melhor forma à uma temperatura de 26ºC sendo muito importante o contributo do funcionamento dos difusores na manutenção desse valor.
A entrada em funcionamento do arejador de superfície dá-se principalmente quando da necessidade de reduzir a temperatura do efluente.
Ambos têm a mesma potência da bomba, tendo os difusores maior rentabilidade na difusão do oxigénio, perdendo a eficiência só além dos 12 metros de água, o que não é possível por no caso pois a altura útil (efectiva) do tanque ronda os 6 metros.

O DAF
O DAF é um sistema de flotação por oxigénio dissolvido. Permite que o efluente tratado biologicamente seja separado mecanicamente através da injecção de ar e de floculante no água, e posteriormente levado para um reservatório. O reservatório é circular e a entrada de água dá-se por baixo.
O raspador de lamas, transportadas à superfície pelo ar, conduz essa lama para um corredor que vai dar ao receptor de lamas. A água tratada do processo sai através de um sistema de comportas comunicantes não permitindo que, de forma alguma, a passagem de lamas para a água tratada, que segue para uma lagoa onde será novamente utilizado nas actividades da ETAR. A lama segue para o aterro sanitário.

O funcionamento dos períodos de bombagem, de arranque dos difusores (compressores), de bombagem de nutrientes, de arranque do arejador e toda outra actividade na ETAR são controlados electronicamente, podendo também ser feito manualmente, usando um quadro electrónico.
A cada dia tenta-se aumentar a população microbiana existente no tanque biológico afim de existir maior resiliência do meio permitindo o aumento do caudal a tratar com cargas cada vez mais altas de CQO. Está-se a conseguir, de uma forma lenta. Essa situação será revertida com o aumento da temperatura ambiente.
Embora estando os valores paramétricos em conformidade com o que manda a lei, a INTERAGUA continua investindo no melhoramento da percentagem de remoção do CQO pois essas taxas encontram-se abaixo dos valores que a empresa consegue alcançar.

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